terça-feira, 27 de novembro de 2012

Crítica - Receita de sucesso



Chambinho do Acordeon em cena do longa. Dos três atores que vivem Luiz Gonzaga, o intérprete novato é o melhor

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O filme começa com um Gonzaguinha já famoso procurando o pai no interior de Pernambuco. Gonzaga está por baixo, inexplicavelmente pobre, depois de ter vendido, como alegam os créditos finais, mais de 30 milhões de discos. Munido de um gravador, o filho tenta entendê-lo, entre perguntas e bate-bocas. O que vemos é a trajetória mítica do velho cantor, representado por três atores em tempos diversos, todos convincentes. Dos três, o do meio, Chambinho do Acordeon, um novato na representação, é o melhor. Ele não só se parece com o Gonzaga jovem – ele o encarna, de sanfona em punho. Já o gaúcho Júlio Andrade faz um Gonzaguinha cujo combustível é a amargura. Apesar da peruca crespa e mal-ajambrada, consegue se impor sobre o papel.

Pretendendo cobrir quase tudo, Gonzaga corre os riscos próprios do gênero (o principal deles é o retrato disperso de uma personalidade). Resulta daí uma história bem contada e sem buracos aparentes. Um filme correto, que pode alcançar tanto sucesso quanto 2 Filhos de Francisco. Faz o favor de respeitar os personagens, arranca lágrimas, mas não possui o calor que diferencia um filme normal de outro que não sai mais das nossas retinas. Para as contas do cinema brasileiro de hoje, que insiste em produzir longas fáceis de olho num sucesso de público nem sempre garantido, está de bom tamanho.

De Cinema, REVISTA BRAVO!

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