sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Para especialista, Dilma não era opção para mediar acordo



A opinião é de Brian Latell, que foi, por anos, o principal analista de Cuba da CIA (inteligência americana) e escreveu "Cuba sem Fidel", uma completa biografia não-autorizada de Raúl Castro, em 2005.

Folha - O anúncio de um acordo entre EUA e Cuba foi, de fato, uma surpresa?

Brian Latell - Acredito que poucas pessoas não se surpreenderam com o anúncio da reaproximação. O que foi alcançado entre os dois países foi muito abrangente, e acho que eram poucos os que esperavam tantas mudanças para agora.

Quanto dessa conquista pode ser creditada a Obama e Raúl Castro e quanto à atual conjuntura econômica na ilha?

O presidente Obama deu sinais de que queria melhorar as relações com Cuba desde o início de seu primeiro mandato, em 2009. Ele tomou uma série de medidas para isso, como facilitar viagens e envio de remessas de dinheiro. E ele esperava que houvesse alguma reciprocidade.

Raúl também é pragmático e mais moderado que Fidel, e acredito que ele também queria melhorar as relações, mas, de fato, havia a pressão sobre o regime, já que a economia não está indo muito bem e eles estão perdendo os subsídios da Venezuela.
...
Por que os dois lados não escolheram um mediador da região, como o Brasil, no processo?

Eu não acho que Dilma teria sido uma boa opção. Em Washington, ela é vista como particularmente próxima dos países da Alba, como Venezuela e Cuba, e não sei se ela seria uma boa negociadora para ambos os países. O papa Francisco foi...


De Isabel Fleck, FOLHA

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