O
diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, perdeu a cabeça mas não perdeu o
prestígio.
No
momento da demissão, seu chefe, o ministro da Integração Nacional, Fernando
Bezerra, fez questão de reafirmar “absoluta confiança no trabalho realizado”
pelo subordinado demitido.
É
mais um integrante do governo Dilma que vai para casa coberto de elogios.
É
perfeitamente compreensível a admiração do ministro Bezerra pelo subordinado. O
agora ex-diretor do Dnocs ficou conhecido por destinar ao seu estado, Rio Grande do
Norte, 37 dos 47 projetos do órgão contra desastres naturais.
Foi
exatamente a mesma técnica usada pelo próprio Bezerra na distribuição das
verbas contra enchentes. Como se sabe, 90% do dinheiro choveu sobre Pernambuco,
estado do ministro.
Fica
a dúvida de sempre: com tanta eficiência e confiança, agindo perfeitamente de
acordo com os padrões do Ministério, por que Elias Fernandes caiu?
Uma
hipótese pode ser a modéstia: o ex-diretor do Dnocs beneficiou seu estado com
apenas 78,7% dos projetos. Em termos de verbas, o Rio Grande do Norte ficou com
um pouco menos de 50%.
Diante dos 90% de Pernambuco, é realmente um
índice sofrível.
Isso
talvez explique o fato de o diretor do Dnocs ter caído e o ministro da
Integração ter ficado de pé. Ambos usaram dinheiro público com propósitos
políticos, mas Fernandes mostrou ser tímido demais nesse ramo.
Se
não foi isso, como explicar a permanência de Fernando Bezerra no governo?
Pode
ter sido uma questão de calendário. No caso do ministro do Desenvolvimento – o
consultor Fernando Pimentel –, a sequencia de manchetes foi interrompida pela
chegada de Papai Noel. No caso de Bezerra, o governo estava de férias.
O
azar do companheiro do Dnocs foi o Carnaval não ter caído em janeiro.
De Guilherme Fiuza / ÉPOCA
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