A reviravolta nos últimos dias por parte do próprio governo, na condução
das denúncias envolvendo possível tráfico de influência no processo de
concessão de crédito consignado a servidores públicos estaduais,
significou mais um duro golpe na submissão do legislativo ao Governo do
Estado. Na última terça-feira, após o longo recesso, foi risível ouvir
as explicações do líder e do vice-líder, Antônio Carlos (PT) e Carlomano
Marques (PMDB), tentando explicar a reação do governo em relação ao
fato, sobre os quais os parlamentares já haviam sentenciando não haver
nenhum tipo de irregularidade.
...
Mas o quadro vivenciado pelos governistas na Assembleia mais uma vez é
fruto da total complacência da Casa para com o Governo. Fato que revela
ainda a fragilidade qualitativa dessa base de apoio, acostumada a
defender cegamente o executivo, mesmo quando não possui elementos para
tal, como ficou agora configurado. O resultado é que, mesmo com número
mínimo de representantes no parlamento, dois graves momentos vivenciados
pelo Governo Cid tiveram como origem os parlamentares Capitão Wagner e
Heitor Férrer. E é bom que se diga, em momentos que poderiam ter sido
evitados com diálogo e transparência se a base tivesse peso político
para tanto.
De Luis Henrique Campos / O POVO
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