quinta-feira, 5 de abril de 2012

O DNOCS o ser e seu algoz jogados na bolsa.


Com passos pequenos e concatenados pelo tempo, passa a minha frente, calado, sereno, meditativo e cheio de desconfiança. Não vai a lugar nenhum, pois a vida já passou, e ao final veio a angustia e o sobre salto, que atormenta os últimos dias do seu sono eterno.

Não importou os anos afinco de poeira, suor, lágrima, aflição e principalmente da dedicação com suas missões impostas pela ordem, pois o que resta agora é a descrença e principalmente a dor de um punhal, que penetra e sangra sua esperança.

Quando se extrai de um ser, aquilo que representa a recompenso de todo um trabalho virtuoso e quando o algoz não encontra a resistência na voraz determinação de ferir o desarmado ser, órfão de emissário e palavra, o resultado é o apresamento do fim.

Não é a moeda o papel e nem mesmo a direito que se rouba da bolsa de um ser, pois lá se encontra a alma a vida e a esperança de dias melhores.

De Júlio Cunha

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