Com passos pequenos e concatenados pelo tempo, passa a minha
frente, calado, sereno, meditativo e cheio de desconfiança. Não vai a lugar
nenhum, pois a vida já passou, e ao final veio a angustia e o sobre salto, que
atormenta os últimos dias do seu sono eterno.
Não importou os anos afinco de poeira, suor, lágrima, aflição
e principalmente da dedicação com suas missões impostas pela ordem, pois o que
resta agora é a descrença e principalmente a dor de um punhal, que penetra e
sangra sua esperança.
Quando se extrai de um ser, aquilo que representa a recompenso
de todo um trabalho virtuoso e quando o algoz não encontra a resistência na voraz
determinação de ferir o desarmado ser, órfão de emissário e palavra, o
resultado é o apresamento do fim.
Não é a moeda o papel e nem mesmo a direito que se rouba da bolsa
de um ser, pois lá se encontra a alma a vida e a esperança de dias melhores.
De Júlio Cunha
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