Estava hoje ligado na televisão, assistindo o jornalista
Datena, quando de repente mim deparei com uma cena aterrorizante, daquelas vista somente em filme
de extrema violência e terror, e que infelizmente já faz parte do nosso cotidiano. Um drama verdade igualmente comparável ao que
ocorre em países que estão em guerra permanente com seus povos, onde as
atrocidades e o desrespeito a pessoa humana é uma constante.
A sua idade indica próxima dos 11 anos, e sai do veiculo, e corre
para chamar alguém no portão, mais que de repente, atrás de si, escuta os estampidos da arma de fogo, o pavor se instala, impossibilitando-o de olhar pra traz, agora o silencio, é o momento de volta para o
veiculo, é o ato do pavor, pois sua mãe está lá, debruçada sobre o volante, imóvel, desfalecida pelas 11 tiros que banham seu corpo de vermelho, e o quadro se completa com a criança de joelhos, ao solo, no asfalto, em plena avenida. O veiculo, a moto, os ocupantes, a camuflagem, o capacete, o instrumento
mortal, a quebra do silencio, o corpo inerte, nada disso está gravado na
memória desta criança, mas está agora na consciência de todos, trazida pelas imagens das câmaras
de segurança dos prédios, casas, postes e tantas outras espalhadas pelas
cidades.
Todos nos temos a obrigação de sair dos nossos castelos, para clamar, gritar, esbravejar para que a Lei seja aplicada, para reclamar por justiça, e que os culpados pelo crime sejam
presos, julgados e condenados com o rigor das Leis processuais e penais, pois do contrário é a banalização e a anarquia instalada em nossas vidas.
Neste filme de violência e terror não fomos chamados ou contratados para encenar, mais somos os principais atores,
mocinhos, bandidos, coadjuvantes e vilões nas telas da vida. As câmaras estão ligadas,
agora é esperar pelo próximo ato de violência em cena.
De Julio Cunha
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