quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Pelo país, 118 prefeitos eleitos estão "sub judice"

Eleitores de 118 cidades escolheram para a prefeitura candidatos com registros indeferidos ou cassados que ainda aguardam decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles aparecem com votação zerada na apuração, e o sistema da Justiça Eleitoral aponta como vencedores os segundos colocados. Mas, dados divulgados separadamente pelo tribunal mostram que, juntos, os candidatos barrados e eleitos somaram 1,1 milhão de votos. Ao todo, há 429 candidatos ao Executivo vetados e à espera do julgamento de recurso. Eles receberam 2,4 milhões de votos, anulados pelo TSE. Se deferidos em última instância, os votos serão computados.

As votações zeradas geraram fatos curiosos. Nas cidades de Cedro (PE), Monte Alegre (RN), Bom Jesus de Goiás (GO) e Cedro(CE), ainda não existe prefeito eleito porque os dois únicos concorrentes estão com os registros negados. Segundo o TSE, será realizada nova eleição se for confirmado o indeferimento dos candidatos. Em Taquarituba (SP), outra surpresa: os dois primeiros colocados tiveram candidaturas barradas. Miderson Zenello (PSDB) e Waldemar Soldera (PMDB) obtiveram 7.566 e 6.208 votos, respectivamente. Arnon Firmo de Melo (PCdoB) aparece como eleito com apenas 484 votos, numa cidade com 18 mil eleitores.

"Os membros dos tribunais regionais e do TSE são da Justiça Eleitoral em tempo parcial. Acumulam o trabalho com suas atividades normais na Justiça. E esse ano tem também o mensalão, que toma o trabalho dos três ministros do STF que compõe o TSE. É lamentável (o atraso para julgar), mas sempre aconteceu", diz o advogado Torquato Jardim, ex-ministro do TSE.

Há recursos na fila do TSE que influenciam no segundo turno. Em Petrópolis, na Região Serrana, o candidato Rubens Bomtempo (PSB) recebeu mais votos do que Paulo Mustrangi (PT), mas o sistema da Justiça Eleitoral mostrava que o petista disputaria o pleito do próximo dia 28. Bomtempo teve o registro indeferido, por ter contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Mesmo assim, o juiz da 85ª Zona Eleitoral, Alexandre Teixeira, decidiu ontem que Bomtempo fará campanha contra Bernardo Rossi (PMDB), até que o TSE resolva o impasse.

"Há uma insegurança jurídica", reclama Mustrangi.

Outro caso pendente é o do candidato do PSDB à prefeitura de Osasco, Celso Giglio. O tucano foi o mais votado na cidade, mas o sistema dá como eleito Jorge Lapas (PT). Se os votos de Gliglio forem validados, haverá segundo turno. Ele foi indeferido por ter contas rejeitadas pelo TCE e pela Câmara Municipal. A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, afirmou que dará prioridade a recursos que afetam o segundo turno.

Alguns barrados foram bem votados. Em Criciúma (SC), o tucano Clesio Salvaro obteve 86.016 votos, três vezes mais do que a soma obtida por seus quatro concorrentes.


De Justiça Eleitoral, Agência O Globo, DIÁRIO DE PERNAMBUCO, PE

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