Para quem estuda na instituição mais disputada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a escolha da Universidade Federal do Ceará por tantos estudantes do país vem em maior parte pela qualidade de ensino e pela produção científica da instituição. Foram 133.923 inscritos para 6.258 vagas, ficando à frente de duas instituições do Rio de Janeiro, a UFRJ e UFF. Junto com os elogios pela qualidade acadêmica estão as queixas de alunos de medicina sobre a insegurança no campus. A faculdade de medicina fica no Bairro Rodolfo Teófilo, a cinco quilômetros do centro da capital, no campus de Porangabuçu.
Ao contrário de outras universidades que têm a sua "cidade universitária" fechada, como USP e Unicamp, o campus de Porangabuçu é aberto e abriga também a faculdade de farmácia, odontologia e enfermagem, dois hospitais universitários, uma farmácia-escola, laboratórios e clínicas.
Como na área funcionam serviços para a comunidade, os estudantes de medicina dizem que fica difícil pedir a identificação para entrar. “Eles fazem uma segurança patrimonial, mas nós achamos que os estudantes também são um patrimônio da universidade”, diz Lucas Silveira, 18 anos, estudante do primeiro semestre de medicina.
O bairro registrou 49 furtos e 23 roubos de veículos nos últimos seis meses, segundo a secretaria estadual da segurança pública. A secretaria não divulga o número de assaltos.
O estudante cearense mostra a marca de um tiro que presenciou em novembro do ano passado em uma das entradas do departamento de morfologia do centro. Segundo os alunos, o disparo foi feito por um policial contra um assaltante que entrou na faculdade durante uma fuga. Depois do episódio, os estudantes organizaram uma manifestação pelas ruas do centro do Porangabuçu. Ainda de acordo com Lucas Silveira, os relatos de assaltos, tiroteio, sequestro e, até, tentativa de estupro são constantes no centro.
De Gabriel Alves, Portal G1 CE
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