CIDADE DO PANAMÁ – Os bancos centrais da América Latina têm menos espaço de manobra do que em 2008 para lidar com a previsão de crescimento mais lento para a região nos próximos anos, afirmou neste domingo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O BID afirmou que políticas anticíclicas que alguns países adotaram para lidar com a crise global podem ser mais expansivas do que o necessário, dada a melhora em algumas economias, e destacou a necessidade de reformas profundas que poderiam ajudar a região até mesmo a superar o sudeste asiático.
— Não temos o mesmo espaço fiscal e monetário que tínhamos em 2008 — disse o economista-chefe do BID, José Juan Ruiz, destacando orçamentos mais fracos, taxas de juros mais baixas e apreciação monetária.
O BID afirmou que uma combinação de políticas fiscais mais duras e taxas de juros mais baixas podem ser a combinação apropriada, mas que os países podem impulsionar o crescimento ainda mais através de reformas estruturais – como a melhora da produtividade e economias domésticas.
A expectativa é de um crescimento anual de cerca de 3,9% para a América Latina e o Caribe para 2013/2017, bem abaixo dos 4,8% alcançados entre 2003/2007, disse o banco. Mas, se todos os 14 países da região adotarem reformas para melhorar a produtividde, aumentar as economias, reduzir o tamanho do mercado informal e melhorar a infraestrutura, o crescimento regional pode chegar a 6,2%, completou o BID.
— Isso mais do que compensaria o crescimento mundial menor e aumentaria a performance de crescimento da América Latina e Caribe acima do projetado para o ASEAN-5 — afirmou o relatório, referindo-se aos principais membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático: Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietnã.
De economia, jornal O GLOBO
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