sábado, 6 de dezembro de 2014

Há indícios de que corrupção vai além da Petrobras, diz juiz da Lava Jato


O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, considera que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas "transcenderam a Petrobras". Ele demonstra perplexidade com a planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas, "nos mais diversos setores de infraestrutura, que foi apreendida com Alberto Youssef".

Doleiro e alvo central da Lava Jato, Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa decidiram pelo acordo de delação premiada e relataram a ação do cartel das empreiteiras na estatal. A planilha que incomoda o juiz da Lava Jato foi apreendida no dia 15 de março, quando a operação saiu à caça dos investigados.

Na terça-feira, em Brasília, durante sessão da CPI mista da Petrobras, Costa afirmou que o esquema de propinas é generalizado no país. Funciona, segundo o delator, "nas rodovias, portos, ferrovias e aeroportos".

Despacho - Moro fez as considerações sobre corrupção ao rejeitar o pedido de extensão da ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que mandou soltar o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque, indicado ao cargo pelo PT.

Duque foi solto na quarta-feira e, imediatamente, dois executivos - Erton Fonseca, da Galvão Engenharia, e Gerson de Mello Almada, da Engevix Engenharia - pediram extensão da medida. Ambos eram alvos da operação por suspeita de envolvimento com o cartel das empreiteiras. O juiz federal rejeitou os pedidos.

Moro destacou ainda que há provas "de esquema criminoso duradouro e sistemático para frustrar licitações da Petrobras, impor preços em contratos públicos sem concorrência real, lavar recursos obtidos nos crimes e, com eles, efetuar remunerações a agentes públicos, inclusive a diretores e gerentes da Petrobras"...

De Estadçao, VEJA

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