A médica Gilzélia Fernandes Batista foi a primeira a ser ouvida no julgamento do caso Kalume, no qual três médicos de Taubaté, cidade do interior de São Paulo, são acusados de terem provocado a morte de quatro pacientes entre setembro e dezembro de 1986. Segundo a acusação, eles usavam diagnósticos falsos de morte encefálica para extrair os rins dos pacientes vivos e utilizá-los em uma rede de transplante de órgãos. Na época, a médica era responsável pelo departamento que armazenava os prontuários do hospital onde faleceram as pessoas citadas no processo.
"Não houve sumiço de documentos e não tenho conhecimento de alterações nos prontuários", disse. Gilzélia contou que, por causa da repercussão do caso, guardou os prontuários em um cofre de materiais radioativos, no subsolo do hospital, onde funcionava o serviço de radioterapia.
A enfermeira Rita Pereira foi a segunda testemunha a depor nesta segunda-feira, no julgamento que teve início às 9h30. O terceiro a ser ouvido foi o médico Roosevelt Sá Kalume, que na época era diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté, e foi quem denunciou o caso ocorrido há 25 anos, quando acusou uma equipe de médicos do antigo Hospital Santa Isabel da retirada de órgãos de pacientes. Segundo ele, as cirurgias foram realizadas sem autorização, sempre durante a noite e pelos mesmos médicos.
De Último Segundo/IG
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