domingo, 25 de novembro de 2012

Mais uma maluca a presidir abaixo do equador

PIOR QUE CHÁVEZ? Cristina lê um exemplar do jornal espanhol El País. Sua ofensiva contra a imprensa é mais sofisticada e insidiosa que a do presidente venezuelano (Foto: Natacha Pisarenko/AP)

Ela quer calar a Argentina

A truculenta campanha da presidente Cristina Kirchner contra a imprensa independente pode acabar se voltando contra ela própria


Nem o grito nem o silêncio. Encastelada em sua Casa Rosada, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, parece incapaz de escutar cacerolazos ruidosos ou paralisações que esvaziam as ruas. O país ferve na panela da insatisfação, mas ela aguarda ansiosa a chegada do dia 7 de dezembro, apelidado 7D. Nesse dia, passará a vigorar uma lei talhada para intimidar e reduzir a influência de grupos de mídia que criticam o governo e denunciam suas irregularidades, conhecida como Lei de Meios. Acuada por protestos contra a escalada da inflação, dos impostos, da insegurança e da corrupção, Cristina endurece, em vez de ouvir o clamor popular. Ela está prestes a consolidar, pela legislação, o aparato de propaganda do Estado.
ÉPOCA teve acesso, em Buenos Aires, a um dossiê de mais de 150 páginas sobre a ofensiva oficial de Cristina contra os meios de comunicação independentes nos últimos quatro anos. É uma ofensiva mais sofisticada que a censura bruta imposta pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Os ataques a jornalistas envolvem intimidações, abusos administrativos, falsas denúncias e uma campanha de desqualificação que se assemelha a uma guerra pessoal. O alvo principal é o grupo Clarín, dono do jornal independente de maior circulação do país e de presenças na TV, no rádio e na internet. “É muito grave”, diz Cláudio Paolillo, diretor da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). “A intenção da Lei de Meios não é democratizar as comunicações, mas debilitar um grupo inimigo.”
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De Ruth de Aquino, Tonia Machado, ÉPOCA

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