terça-feira, 23 de abril de 2013

Cepal reduz projeção de expansão do PIB do Brasil para 3% em 2013



A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 4% para 3%. A estimativa consta no Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe, divulgado nesta terça-feira pelo organismo das Nações Unidas.
A nova projeção está em linha com a expectativa do Banco Central (BC), que espera que a economia brasileira cresça 3,1% em 2013. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também revisou para baixo a projeção de crescimento do Brasil neste ano, de 3,5% para 3%.
O conjunto dos países da América Latina e do Caribe deve crescer acima da média brasileira, 3,5%, ante estimativa anterior de 3,8%, divulgada no fim do ano passado, informou a Cepal.
A revisão se deve à manutenção da incerteza sobre o futuro da economia internacional, ao baixo dinamismo das economias desenvolvidas e à recuperação menos dinâmica que a prevista na Argentina e no Brasil.
Mesmo assim, o organismo espera uma retomada de crescimento nesses dois países, devido à recuperação da atividade agrícola e do investimento, que registraram quedas em 2012. A projeção de crescimento do PIB argentino em 2013 também foi reduzida de 3,9% para 3,5%.
O Paraguai vai liderar a expansão neste ano, com crescimento esperado de 10%, seguido pelo Panamá (8%), Peru (6%) e Haiti (6%). Bolívia, Chile e Nicarágua devem crescer 5%; Colômbia, 4,5% e Uruguai, 3,8%.  O Brasil aparece na 21ª posição de estimativas de crescimento neste ano.
Desempenho em 2012
No ano passado, a economia da América Latina e do Caribe cresceu 3%, calcula a Cepal. O resultado foi afetado por uma menor expansão da economia mundial, pela desaceleração do crescimento da China e pelo lento crescimento dos Estados Unidos, observou o organismo das Nações Unidas.
Na divisão por regiões, a América do Sul cresceu 2,5%, ante projeção de 2,7%; a América Central teve expansão média de 4,3%, superior à estimativa de 4,2%; e o Caribe, 0,9%, ante 1,1%. O PIB brasileiro cresceu 0,9% em 2012 na comparação com 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o conjunto dos países da América Latina e do Caribe era estimado um crescimento ligeiramente superior, de 3,1%.
A Cepal analisa que uma das molas propulsoras do crescimento desses países foi a demanda interna, graças ao bom desempenho dos indicadores do mercado de trabalho, da expansão do crédito para as famílias e, no caso da América Central e do Caribe, do aumento da remessa de emigrantes para esses países.
Os setores que tiveram maior crescimento na região foram comércio, construção e serviços financeiros. O baixo crescimento mundial afetou o comércio exterior dos países da América Latina e do Caribe. O valor das exportações aumentou somente 1,6% em 2012, ante 23,9% no ano anterior. O valor das importações também caiu de alta de 22,3% em 2011 para expansão de 4,3% no ano passado.
Ainda de acordo com a Cepal, a inflação média dos países da América Latina e do Caribe fechou 2012 em 5,6%, ante 6,8% registrados em 2011. A inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampl o (IPCA) fechou 2012 em 5,84%, segundo o IBGE, ante 6,5% de 2011.
Segundo o organismo, a taxa de desemprego urbano registrou uma nova queda na região no ano passado, de 6,7% para 6,4%, alcançando um novo piso para as últimas duas décadas. A Cepal estima que o número absoluto de desempregados foi reduzido em 2012 para 400 mil. Entretanto, estima a instituição, 15 milhões de pessoas estão buscando empregado nas zonas urbanas da região.


De jornal VALOR ECONÔMICO

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