segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Na Copa privada, só andam as obras públicas


Quando o Brasil foi anunciado sede da Copa do Mundo de 2014, há já distantes quatro anos, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira (foto), disse uma das maiores mentiras já empurradas goela abaixo do povo brasileiro: o País sediaria a Copa da iniciativa privada. Hoje, as obras estão estagnadas onde o dinheiro público não entrou. Verdade que há lugares em que o erário está pagando a conta e, mesmo assim, as coisas não andam bem. Mas, sem a ajuda estatal, nada acontece. Porto Alegre (RS) ficou fora da Copa das Confederações, pois o contrato para reforma do Beira-Rio nem assinado foi. Mesma situação vive Curitiba (PR), onde só neste mês começaram as obras da Arena da Baixada. Porto Alegre sediará quatro jogos na primeira fase e um nas oitavas-de-final. A capital paranaense terá de se contentar com as quatro partidas mínimas que cada subsede terá. A região Sul acabou como a grande derrotada – também em função de ser a mais atrasada. O terceiro e último estádio privado da Copa, em São Paulo, nasceu de articulação do então presidente Lula, viabilizado com uma montanha de incentivos governamentais. Ainda assim, está atrasadíssimo. Só terá o generoso espaço obtido na competição pela força política e econômica.

Os demais estádios, todos públicos, correm por conta dos respectivos governos. Pode-se concordar ou discordar do aporte de verba estatal. O que está definitivamente errado é a mentira. E vale lembrar, ainda, o que disse Ricardo Teixeira, também em 2007: “O sucesso de uma Copa do Mundo pode ser medido pela menor quantidade de investimento público. Quanto menos se gastar dinheiro público, mais bem-sucedida será a competição”. Desse ponto de vista, o evento já fracassou. Junto fracassou, também, o capitalismo brasileiro, incapaz de sobreviver sem a muleta estatal, mesmo em um dos maiores eventos do mundo.

De O POVO

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