Fernando Lugo, que no início da noite desta sexta-feira (22) perdeu o
cargo de presidente do Paraguai, "era um presidente que não
pertencia a estrutura política tradicional", diz o professor de Relações
Internacionais da (PUC-Rio), Arthur Bernardes do Amaral. Para ele, por
não ser político tradicional, sua queda "era uma tragédia anunciada".
Afinal, "no poder desde 2008, seu governo não criou uma
base política para ele governar o país", explicou.
"Só não está
surpreso quem não acompanha o país, já que Lugo nunca teve estabilidade
política. Este processo político é para tirar de cena o cara que caiu de
paraquedas. Já haviam sido criadas outras crises e tentativas de desestabilizar
o governo. O presidente se sustentou no prestígio do seu vice”, explicou o
professor.
O professor explica a missão diplomática
liderada pelo Brasil para tentar evitar o processo do impeachment por
ser a "dinâmica política da América do Sul regida por ondas. Assim, a
partir do momento em que se abre um precedente para uma questão, podem
acontecer outros surtos", completa. Ou seja, houve a preocupação de
garantir a estabilidade política, o processo democrático em todo o
processo, sem golpes.
Amaral admite ainda também a preocupação, mais remota, com a questão da segurança. "Se a situação piorar e o Paraguai chegar a uma guerra civil, a questão pode afetar o Brasil e os cidadãos brasileiros", explica.
De Rômulo Diego Moreira/Jornal do Brasil
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