segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Com algum benzodiazepínico, afirmou: “Mas era só isso?”.


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É claro que algumas notícias já nascem com perfis, desenhados pela máquina de propaganda, pelo viés ideológico do noticiário, pelo espírito do tempo… Esse noticiário já veio à luz com a marca “Dilma não tolera a corrupção e demite mesmo”. Os nomes de Lula e Dirceu associados à turma da maracutaia não indisporão o eleitorado petista com a presidente e ainda servirão para despertar a simpatia em setores da sociedade refratários à dupla. Compreendo o mecanismo que leva a isso, mas não posso me esquecer de que à Presidência da República coube a nomeação da quadrilha.
Um grupo operando no coração mesmo do poder só nos informa a que distância estamos de uma República de fato e como é ineficaz responder a certos desafios com algumas feitiçarias legiferantes. A questão é mesmo de outra ordem. Mas isso fica para outro post, que este já foi longe.
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No Capítulo 5 de “Raízes do Brasil”, o livro mais mal lido da história brasileira, Sérgio Buarque de Holanda define — e, na verdade, lastima — a nossa contribuição à civilização: “o homem cordial”. Sérgio dá início ao capítulo lembrando que o “estado” não é a continuação da “família”; na verdade, são conceitos antagônicos. Não para a cultura do “homem cordial”, em que as coisas se misturam. Leiam o trecho que segue em azul, lembrando sempre que ele foi um dos fundadores do PT… Não era um marxista, diga-se, nem padecia da idiotia política do filho compositor. Se vivo fosse, talvez rasgasse a ficha de filiação.
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"A escolha dos homens que irão exercer funções publicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades próprias. Falta a tudo a ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático."
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De Reinaldo Azevedo, VEJA

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