BRASÍLIA - O mau desempenho da balança comercial afetou drasticamente as contas externas em janeiro, com o país registrando déficit em transações correntes recorde de 11,371 bilhões de dólares, rombo influenciado também pela maior remessa de lucros e dividendos ao exterior, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
O resultado do mês passado pior do que o esperado por economistas consultados pela Reuters, que previam saldo negativo de 9,6 bilhões de dólares não foi compensado pelos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), que somaram apenas 3,703 bilhões de dólares, o menor valor mensal desde maio do ano passado. Neste caso, as projeções eram de ingresso líquido de 4,5 bilhões de dólares.
"Tivemos um déficit significativo em janeiro, o mais alto da série e acima até do que havíamos estimados e esse resultado se deveu fundamentalmente ao déficit expressivo na balança comercial", comentou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.
O elevado déficit nas contas externas deve se repetir em fevereiro, com previsão do Banco Central de saldo negativo de 5,7 bilhões de dólares em transações correntes, influenciado, ainda, pela performance ruim da balança comercial.
Também neste mês o ingresso de investimentos estrangeiros diretos não deverá ser expressivo. Até o último dia 20, esse fluxo estava em 2,2 bilhões de dólares e a autoridade monetária projeta um total de 3,5 bilhões de dólares, indicando ingressos mais fracos no início do ano.
Uma melhora nas contas externas ocorrerá, segundo o BC, a partir de março, com o início do embarque da safra agrícola e vendas mais expressivas de minério de ferro ao exterior com preços maiores que os do ano passado...
De Agência REUTERS BRASIL
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