Em comunicado transmitido em rede nacional, o vice venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que Hugo Chávez está "completamente lúcido" e insinuou que os "inimigos históricos da pátria", ou seja, os EUA e a oposição direitista, possam "ter algo a ver" com a fragilidade da saúde do presidente.
De acordo com Maduro, Chávez permanece com "plena consciência e vontade de vida". Ele também se referiu ao padrinho político como o "comandante-em-chefe".
O vice disse que o que chamou de conspiração é um "tema sério" e comparou a situação de Chávez à do líder palestino Iasser Arafat (1929-2004), morto em 2004 por causas misteriosas. Há suspeitas de que Arafat tenha sido envenenado.
Maduro disse que o governo venezuelano não descarta a hipótese de que a doença de Chávez tenha sido influenciada pelos "inimigos históricos da pátria".
O chavista emendou a insinuação no que chamou de planos para sabotar a democracia venezuelana e anunciou a expulsão de um funcionário da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas, sob a acusação de ameaçar a "estabilidade militar e política do país".
O americano, conforme Maduro, se chama David de Monaco, era adido na missão diplomática, e, nas últimas semanas, entrou em contato com militares venezuelanos em atividade para "investigar a situação das Forças Armadas do país" e para "propor um projeto desestabilizador".
Maduro afirmou também que ele e a cúpula política e militar tomaram um "conjunto de decisões" que permite que continuem governando "em qualquer situação".
O anúncio foi feito perante ministros e comandantes militares do alto escalão, reunidos no palácio presidencial.
PIORA
Horas antes, o ministro das Comunicações da Venezuela, Ernesto Villegas, disse que Chávez teve uma piora em seu quadro respiratório, apresentando uma "nova e severa infecção".
No comunicado, transmitido na rádio e na TV, Villegas disse que Chávez --que voltou há duas semanas para a Venezuela após ser submetido a uma cirurgia em Havana, no dia 11 de dezembro-- vem se submetendo à quimioterapia de forte impacto e outros tratamentos complementares.
O estado geral do presidente continua muito delicado.
De jornal FOLHA DE SÃO PAULO
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