sábado, 18 de maio de 2013

Empresa destrói pirâmide maia de 2.300 anos para fazer estrada


Em menos de uma semana, um monumento milenar foi transformado em cascalho. Uma empresa no Belize utilizou escavadeiras para destruir uma pirâmide construída pelos maias há 2.300 anos e transformá-la em matéria-prima para a construção de estradas.

O Belize é um país da América Central que faz fronteira com o México e a Guatemala. Essa região viu florescer a cultura maia séculos antes dos europeus chegarem nas Américas. A pirâmide de Nohmul, no norte do país, era uma das mais altas de região, com cerca de 30 metros de altura.
Segundo a imprensa local, houve enorme indignação pública quando os arqueólogos do Instituto de Arqueologia de Belize descobriram a destruição. Segundo Jaime Awe, que chefia o instituto, as primeiras denúncias foram feitas na semana passada.
“É um enorme sentimento de descrença na ignorância e falta de sensibilidade dessas pessoas, que vão usar isso para construir uma estrada”, disse Awe. “É como sentir um soco no estômago”.
Em vistoria nesta terça-feira, os arqueólogos encontraram o monumento praticamente destruído, com apenas um pequeno pedaço da pirâmide de pé. A pirâmide fica em terras privadas, de controle de uma empresa de cana-de-açúcar, mas segundo o governo do país os artefatos arqueológicos são protegidos por lei e não poderiam ter sido destruídos.

De acordo com a CNN, o ministro de Recursos Naturais do Belize, Gaspar Vega, divulgou nota dizendo que o governo não teve responsabilidade na destruição. O Ministério do Turismo iniciou uma investigação do caso.
“Monumentos culturais como Nohmul são artefatos sagrados na história de Belize e devem ser protegidos a todos os custos. Isso [a destruição da pirâmide] mostra desdém pelas nossas leis e políticas”.
Segundo Awe, a destruição de pirâmide pode ser punida com dez anos de prisão pela lei do país.



De O Filtro, revista ÉPOCA, foto: Jaime Awe/AP

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