segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Conflagrado, Congresso vai decidir se aceita alterar meta de superávit


O governo tem que enviar ao Congresso o pedido para não cumprir a meta de economizar 1,9% do PIB, objetivo que ele próprio estabeleceu. Será preciso estabelecer um novo compromisso para os parlamentares alterarem a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014. O governo terá de mostrar como vai fazer para evitar ao menos o déficit primário no ano. Em nove meses, o governo central gastou R$ 19,5 bi a mais do que arrecadou, antes mesmo de pagar os juros da dívida. O dinheiro que enviamos ao governo em impostos não está sendo suficiente para pagar as contas do mês.

Não há mais espaço para novos erros. A nova meta tem que ser cumprida. A LDO determina que o objetivo tem que ser cumprido e será alterada se o Congresso permitir. Se os parlamentares não aprovarem, o Governo desrespeitará a LDO. Vem por aí um esforço enorme para convencer os congressista.

Tem que mandar rápido para negociar. O Congresso, por força do tempo parado durante a eleição, tem muitas matérias para tratar até o fim do ano, inclusive o orçamento de 2015. O clima político também está pesado. O prazo é 22 de dezembro. Na semana seguinte o Congresso deve parar.

Não é o único caso em que o governo está na mão do Congresso, há outras pautas importantes. O PMDB tem líderes ressentidos. O mais notório é o presidente da Câmara, Henrique Alves, que coloca a culpa de sua derrota na participação de Lula na eleição potiguar, em que foi candidato a governador.

É nesse contexto conflagrado, cheio de demandas e interesses, que o governo terá de negociar com o Congresso.

De Miriam Leitão, O GLOBO
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

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