sábado, 20 de dezembro de 2014

Empreiteiras do caso Petrobras demitem e tentam vender ativos



Foi por meio de uma mensagem de celular que o metalúrgico Marcos soube que tinha perdido seu emprego. Até novembro ele era um dos 1.000 trabalhadores em uma obra da Petrobras em Charqueadas, no Rio Grande do Sul. Em outra empreitada, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, ocorreu algo semelhante com um grupo de 6.000 funcionários que atuavam em mais uma obra da estatal. Eles foram dispensados após a suspensão unilateral do contrato de trabalho quando restavam apenas 18% para o término da fábrica de fertilizantes que construíam. Nos dois casos, além de as obras terem sido contratadas pela mesma petroleira, as empresas responsáveis por tocá-las estão envolvidas em um dos maiores escândalos de corrupção dos últimos anos desbaratado pela Operação Lava Jato. A primeira construtora citada é a Iesa, a outra, a Galvão Engenharia.

Nos últimos meses, as empreiteiras brasileiras investigadas no esquema ilícito começaram a encontrar dificuldades financeiras e trabalhistas. Conforme as investigações, elas pagavam propinas a políticos e a dirigentes da estatal para conseguirem obras milionárias da Petrobras. Parte desses pagamentos era disfarçado como doação de campanha eleitoral. Neste ano, as empreiteiras despejaram cerca de 200 milhões de reais para partidos e candidatos que disputaram as eleições para o Legislativo e o Executivo...

De Afonso Benites, EL PAÍS

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