O juiz Murilo Lemos Simão decretou a prisão preventiva dos três suspeitos de matar em maio o casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (PA). A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (29) pelo TJ (Tribunal de Justiça) do Estado.
A prisão foi decretada ontem. Até a manhã de hoje, os três suspeitos não haviam sido localizados.
Nesta semana, o juiz foi alvo de críticas de movimentos sociais e familiares das vítimas por ter negado duas vezes pedidos de prisão feitos pela polícia anteriormente.
Na decisão de ontem, o juiz diz que no terceiro pedido "a autoridade policial conseguiu (...) colher mais provas e vestígios que, comparados e alinhados com aqueles anteriormente produzidos no início das diligências inquisitórias, autorizam a conclusão de que existem indícios suficientes apontando os denunciados".
Para o juiz, a "violência desmedida" dos suspeitos na execução do assassinato demonstra "a periculosidade dos criminosos", que "representam risco" à sociedade.
O Ministério Público denunciou José Rodrigues Moreira, 42, dono de terras no assentamento onde o casal morava sob a acusação de ter sido o mandante das mortes. José Claudio alegava que uma propriedade de Rodrigues no assentamento onde morava era irregular, e por isso estimulava que três agricultores morassem dentro dela.
O irmão de Rodrigues, Lindonjonson Silva Rocha, 29, é suspeito de atirar no casal, com ajuda de Alberto Lopes do Nascimento, 29. Os três não têm advogado, segundo a polícia. Eles têm dez dias para apresentar defesa.
O juiz afirma na decisão que o cenário de conflitos agrários no Pará "já perdura por longas décadas e demonstra a debilidade e ineficiência flagrantes das políticas públicas de combate aos conflitos fundiários e à violência no campo". (Folha)
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