sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Leste do Éden

O escritor americano John Steinbeck recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1902 e morreu em 1968. Ficou conhecido aos 33 anos com Tortilla Flat, que abriu caminho para o sucesso de As Vinhas da Ira, A Pérola e A leste do Éden (Vidas Amargas).
Em 1955, o cineasta Elia Kazan recorreu a história bíblica de Caim e Abel em que se baseou A leste do Éden, no filme Vidas Amargas, que projetou o sucesso do místico James Dean. “Algumas vezes, você não sabe quem é bom e quem é ruim”.


Steinbeck escreveu o livro para seus dois filhos para que entendessem as origens de sua família de migrantes europeus que buscaram na Califórnia (EUA) o jardim do Éden e, neste paraíso californiano, vão ser picados pela serpente que por um lado incita os filhos de Deus ao direito humano da escolha e por outro ao pecado.
Trata-se de uma saga, que consumiu um ano de trabalho e onze anos de preparação do escritor, que se estende do final da Guerra de Secessão até a Primeira Guerra Mundial entrelaçando a história de sua família, do seu país e da condição humana, condenada a viver num mundo do qual Deus partira.


A leste do Éden, que teve título original o Vale de Salinas (terra natal do escritor), embora inicialmente recebida com frieza, é uma obra que ficou permaneceu. “...Esse campo de batalha entre o bem e o mal, o mais humano de todos, o homem arrependido”, deu a posteridade a obra. E diz Steinbeck : “E em uma coisa eu acredito: que a mente livre e investigativa do indivíduo humano é o que há de mais valioso no mundo. E por uma coisa eu lutaria: pela liberdade da mente para tomar qualquer direção que deseje, sem nenhuma pressão. E contra uma coisa eu devo lutar: qualquer ideia, religião ou governo que limite ou destrua o indivíduo. É isto o que eu sou e é isto o que penso. Posso entender por que um sistema baseado numa certa organização deva tentar destruir a mente livre, pois ela é algo que através da análise pode destruir tal sistema. Certamente, sou capaz de entender isso, e o odeio, e lutarei contra ele para preservar a única coisa que nos separa dos animais não criativos. Se a glória puder ser morta, estamos perdidos”. 


De Antonio Campos/JORNALDO BRASIL

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