terça-feira, 17 de julho de 2012

Milagres da dupla Apedeuta-Haddad...

A herança maldita da dupla Luiz Inácio Apedeuta da Silva-Fernando Haddad no ensino superior não será vencida no curto prazo. Marcará o setor por muitos anos porque certas armadilhas não serão facilmente desmontadas, especialmente aquelas que juntam o populismo à incompetência. É evidente que já havia problemas no ensino superior antes de o PT chegar ao poder. Mas eles se tornaram mais agudos, e a solução ficou mais distante porque, como sempre, Lula empenhou também o futuro em suas não-soluções.
A crise que toma conta das universidades federais, em greve há 60 dias, decorre não do crescimento da área ou das “dores do parto”, no clichê dramático do ministro Aloizio Mercadante. Decorre do inchaço irresponsável. Era preciso pôr mais alunos da universidade pública federal? Digamos que sim. Mas forçoso seria fazê-lo com qualidade, ou haveria o que antevi há alguns anos: a “supletivização” do ensino universitário, uma espécie, assim, de “Madureza” (lembram-se dela?) do terceiro grau. Ela está aí.
Dada a realidade salarial do Brasil, os professores (ver post anterior) estão longe de viver uma situação miserável. Cumpre, também, não absolutizar, se me permitem a palavra, a pauta de reivindicações, mas é evidente que os problemas que aí estão decorrem na falta de planejamento, da pressa e do atabalhoamento. Lula e Haddad trabalharam para fazer volume, não para qualificar o ensino universitário. Se salários e plano de carreira são as questões mais candentes porque determinam, afinal, se os professores voltam ou não ao trabalho, não se pode dizer que sejam as mais sérias. Grave mesmo é a falta de infraestrutura de boa parte das universidades federais. Os hospitais universitários, com uma exceção ou outra, são verdadeiros pardieiros. Não satisfazem as necessidades nem dos pacientes nem dos alunos. Numa universidade, há esgoto a céu aberto; na outra, faltam luz e água; uma terceira fica num descampado — o asfalto não chega até os muros da instituição. Em boa parte delas, faltam prédios para abrigar os cursos. O país passará os próximos anos tentando suprir essas lacunas. Lula “criou” as suas universidades para que outros não pudessem criar mais nenhuma.
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De Reinaldo Azevedo/VEJA 


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