domingo, 2 de dezembro de 2012

Ineficácia das medidas de estímulo adotadas pelo governo derruba projeções e eleva pressão por mudanças de rumos. Dúvidas rondam iniciativas prometidas pelo ministro da Fazenda


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Para Julio Hegedus Netto, economista-chefe da consultoria Lopes Filho e Associados, a grande dúvida sobre o horizonte da economia está nos limites da política monetária do governo. As pressões para elevar juros poderão ficar mais claras no segundo semestre de 2013, em razão de valorização cambial e o provável reajuste dos combustíveis e os efeitos desses aumentos sobre a inflação. “Se a expectativa de a economia voltar a rodar na casa de 3% a 3,5%, o aperto monetário ficaria inevitável. Vamos ver até quando o governo suporta o tranco”, disse.

Renato Fragelli, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ), acha que o mercado financeiro tem razão em ficar pessimista com os números do PIB porque representam erros na condução da política econômica. “O esforco do governo para reindustrializar o país a qualquer custo não esta dando certo”, afirmou. Ele também lamenta que o comportamento intervencionista em setores como o setor estejam “espantando investimento mais do que necessário no momento de incertezas globais”. Dessa forma, analistas já começam a reduzir as projeções gerais.

Investimento 
Ainda que dúvidas rondam as medidas adotadas para melhorar o desempenho do PIB, especialistas acreditam em novo adiamento na retomada do crescimento mais forte da economia, consolidando o pibinho de 2012, que já ameaça os resultados de 2013. O sinal mais terrível disso veio dos números sobre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o investimento direto, mostrados sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Seu retrocesso de 2% sobre o segundo trimestre do ano e de 5,6%, ante o terceiro trimestre de 2011 deixa claro que o setor produtivo está com menos ânimo para fazer apostas, deixando os rendimentos futuros inevitavelmente comprometidos. O desempenho do Brasil, em expansão do PIB, já ficou consagrado também como o pior entre as maiores economias emergentes, os Brics.


De Silvio Ribas, JORNAL ESTADO DE MINAS, MG

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