domingo, 17 de fevereiro de 2013

Por que o conceito de sustentabilidade não funciona nas áreas florestais


O tiro de escopeta que cravou 42 grãos de chumbo no peito do sindicalista Chico Mendes poucos dias antes do Natal de 1988 tirou-lhe a vida e fez surgir dois mitos. O primeiro conferiu ao seringueiro uma aura heroica, de mártir das matas de Xapuri, no Acre. O segundo se refere à nova ideologia que se propagou a partir das causas defendidas por Chico Mendes.
Para Mendes, o modo de vida extrativista seria capaz de proporcionar um sustento digno aos povos da floresta sem prejuízo ambiental, desde que amparado pelo governo. Ou seja, em vez de derrubar a mata para dar lugar à agropecuária, a população local poderia viver da coleta de seivas e frutos e da venda da madeira de árvores mais velhas.
No jargão científico, esse modelo é chamado de desenvolvimento sustentável e, para se tornar realidade, precisa alcançar três objetivos: ser economicamente viável, preservar o ecossistema e reduzir a pobreza das pessoas que vivem no entorno. Essa agenda orientou inúmeros projetos de ONGs e governos, além de pautar encontros internacionais como a Eco 92 e a Rio+20, no Rio de Janeiro. (...)

De Leonardo Coutinho com reportagem de Tamara Fisch, Revista VEJA


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