Durante o encontro no Vaticano, o papa disse que escolheu o nome Francisco - de São Francisco de Assis - inspirado pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes e porque quer "uma igreja pobre e para os pobres".
“O arcebispo (emérito) de São Paulo, que foi prefeito da Congregação para o Clero, Cláudio Hummes, um grande amigo” foi um companheiro do ainda cardeal Bergoglio durante o conclave, revelou o papa.
“Quando se aproximava do 'perigo' (da eleição), ele me confortava”, contou o pontífice, entre risos da plateia de mais de 1.500 jornalistas.
Quando Bergoglio recebeu os 77 votos necessários para ser eleito papa, houve mais uma intervenção de dom Cláudio Hummes: “Ele (Hummes) então me abraçou e me beijou. E disse: Não se esqueça dos pobres”, afirmou o papa.
“Enquanto o escrutínio prosseguia, enquanto os votos eram contados, veio em meu coração o nome de Francisco de Assis”, revelou, acrescentando que São Francisco seria "um homem pobre", que impulsionou o "espírito de paz".
"Gostaria de uma igreja pobre e para os pobres", afirmou o papa.
Segundo a imprensa italiana, Hummes foi um dos cardeais que ajudaram a costurar a eleição de Francisco.
O cardeal emérito de São Paulo também esteve ao lado do papa durante sua primeira aparição no balcão da Basílica de São Pedro e o acompanhou em sua primeira prece após a eleição.
Evento disputado
A fila para entrar no auditório Paulo 6 em que a audiência foi realizada deu uma volta no quarteirão anexo ao Vaticano. Os jornalistas chegaram cedo para a audiência.
O papa, porém, não respondeu perguntas. Começou o compromisso de modo solene, lendo um discurso no qual falava do papel da imprensa de “comunicar a verdade” assim como a igreja “comunica Cristo”.
Logo abandonou o discurso escrito e passou a falar espontaneamente, chegando a fazer algumas piadas com os jornalistas.
“Vocês trabalharam, hein”, disse, arrancando risos da plateia.
Ao final do evento, que durou meia hora, o papa recebeu os cumprimentos de membros da equipe de imprensa do Vaticano e de alguns convidados.
Ele foi aplaudido quando se deslocou para cumprimentar um senhor cego, antes que ele fosse até o papa. Ao final, ainda acariciou o cão que o acompanhava.
O primeiro papa argentino também ganhou um presente de um dos convidados - uma cuia de mate, típica do cone sul.
Ao final, deu a benção em espanhol. Não se sabe se foi um ato falho do novo bispo de Roma, que a partir de agora terá como idioma principal o italiano, ou se foi uma deferência especial à América Latina, onde vivem quase metade dos católicos do mundo.
De Maurício Moraes, agência BBC BRASIL
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