BRASÍLIA - Afetada pelas importações de gasolina e de bens de capital, a balança comercial brasileira fechou março com o pior resultado em mais de uma década para esses meses, sinalizando que os próximos meses também devem continuar mostrando fraqueza.
No mês passado, o saldo comercial do país ficou positivo em 164 milhões de dólares, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira. Trata-se do pior resultado para março desde 2001, apesar de também ser o primeiro resultado mensal positivo neste ano.
O resultado de março veio abaixo do esperado pela mediana dos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de saldo positivo de 200 milhões de dólares. Em fevereiro, a balança comercial havia registrado déficit de 1,28 bilhão de dólares, no pior resultado para o mês da série histórica.
No mês passado, as exportações somaram 19,323 bilhões de dólares, ou 966,2 milhões de dólares por dia útil --alta de 1,6 por cento em relação a março de 2012 e de 11,8 por cento em relação a fevereiro. Já as importações somaram 19,159 bilhões de dólares, ou 958 milhões de dólares por dia útil, valores recordes para meses de março.
O resultado ainda sofre as consequências do registro atrasado de aquisições de gasolina feita pela Petrobras no exterior em 2012, mas que estão sendo contabilizadas somente neste ano, elevando as importações.
No mês passado, as importações de combustíveis e lubrificantes somaram 3,177 bilhões de dólares, alta de 15,8 por cento em relação a março do ano passado pela média diária.
Segundo a secretária de Comércio Exterior do ministério, Tatiana Prazeres, o efeito contábil dessas importações de gasolina ainda não terminou, restando 1,8 bilhão de dólares a serem contabilizados. Ao todo, neste ano, já foram 2,7 bilhões de dólares.
Também pesou para o resultado comercial de março a expansão das importações de bens de capital, que apontam para uma recuperação da economia. No mês passado, essas importações somaram 4,052 bilhões de dólares, alta de 12 por cento pela média diária sobre um ano antes.
De Alonso Soto, agência REUTERS BRASIL
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