quarta-feira, 10 de abril de 2013

Henrique Capriles: "Estou esfolando minha pele pela Venezuela"


ANÁLISE-Capriles precisa de um impulso final para vencer eleição na Venezuela


CARACAS - Após derrotar o líder oposicionista Henrique Capriles na eleição presidencial de outubro passado, o então presidente Hugo Chávez telefonou para o rival e fez uma brincadeira em tom cortês: "Você me obrigou a sair e me trabalhar duro!".

Agora, novamente em campanha, o incansável Capriles continua tendo por objetivo dificultar a vitória do candidato governista, Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez e franco favorito na eleição do próximo domingo.

"Estou esfolando minha pele pela Venezuela", bradou nesta semana Capriles, de 40 anos, nos comícios de encerramento de uma campanha que deu novo ânimo aos partidários da oposição, ainda ressentidos com a vitória de Chávez no ano passado.

"Meu corpo e meus ossos podem estar doendo, mas meu coração está transbordando de emoção, isso não é euforia, é histeria por mudança!", disse ele num comício no leste da Venezuela.

Ao obter contra Capriles a sua quarta vitória em uma eleição presidencial, Chávez já sofria de um câncer avançado. Logo em seguida sua saúde se deteriorou, e ele morreu em 5 de março. Em dezembro, o líder socialista apontou Maduro como seu herdeiro político.

A comoção causada pela morte de Chávez contribui para o favoritismo de Maduro. Buscando evitar uma segunda derrota, Capriles perdeu peso, ficou rouco e trocou o cauteloso respeito por Chávez por irreverentes ataques contra o presidente interino.

Ele chama o rival diariamente de "mentiroso", "incompetente" e membro da elite "corrupta", e já zombou de Maduro por evocar uma antiga praga sobre os eleitores da oposição, e por ter declarado que Chávez lhe apareceu na forma de passarinho.

Capriles tem feito provocações como se vestir de vermelho (cor associada ao chavismo) ou ostentar o logotipo da estatal petroleira PDVSA, e também se gaba de ter mais fibra revolucionária no dedo mindinho do que Maduro no corpo todo.
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De Andrew Cawthorne, agência REUTERS BRASIL

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