sábado, 20 de abril de 2013

Preço do tomate brasileiro é assunto até na Economist, para a revista, elevação na taxa básica de juros mostra que o Banco Central reconhece a necessidade de recuperar alguma credibilidade perdida

São Paulo – As piadas sobre o preço do tomate chegaram à revista Economist. Em artigo dessa edição, a revista aborda a inflação no Brasil e afirma que um Banco Central sabe que perdeu o controle sobre as expectativas de inflação quando a subida dos preços torna-se assunto de piadas.

A revista citou os últimos dados sobre a inflação no Brasil e também a decisão do Copom dessa semana pela subida dos juros em 0,25 ponto percentual –para 7,50% ao ano. “Agora as piadas levaram o banco a agir”, afirma a revista, para quem essa subida nos juros mostra que o banco reconhece a necessidade de recuperar alguma credibilidade perdida.
Para a Economist, a independência operacional do BC está posta em xeque desde agosto de 2011, quando começou o ciclo de corte de juros apesar da inflação. Para a Economist, se o governo quiser “acabar com a dor da inflação” antes das eleições de 2014, qualquer tipo de pressão exercida sobre o Banco Central será de elevação dos juros.
Para o blog Beyond Brics, do Financial Times, a subida de juros dessa semana vai satisfazer aqueles no mercado que queriam um sinal do Banco Central de que o regime de metas de inflação através da política monetária ainda estava intacto. “A questão agora é por quanto tempo esse ciclo vai durar, com as condições da economia mundial enfraquecendo e o crescimento no Brasil ainda incerto”, afirma o blog.
Essa elevação nos juros foi a primeira desde julho de 2011. Em comunicado, o Copom afirmou que avalia que o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária. No comunicado o Comitê também ponderou que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela.


De Beatriz Olivon, revista EXAME

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