domingo, 9 de junho de 2013

Obama. Mas pode chamar de Bush

Barack Obama ganhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos pela primeira vez, em 2008, sob o lema da mudança. Crítico da gestão de George W. Bush, Obama atacava com vigor a guerra ao terror e as medidas de vigilância adotada pelo antecessor republicano. Como presidente, no entanto, manteve muitas políticas do antecessor. Em particular, renovou Lei Patriótica (Patriot Act), assinada por Bush em 2001, após os ataques do 11 de Setembro, uma lei que endurece a vigilância doméstica para propósitos de segurança nacional.

Em um discurso no último dia 23, na Universidade de Defesa Nacional, Obama defendeu as políticas de contraterrorismo de seu governo, inclusive o uso dos famigerados aviões não tripulados, os drones. Em determinado momento, reiterou o “orgulhoso compromisso com liberdades civis” dos Estados Unidos para com seus cidadãos. “Nos próximos anos, vamos trabalhar duro para obter o equilíbrio apropriado entre nossa necessidade por segurança e a preservação das liberdades que nos fazem quem somos.”

Mais uma vez, e assim como fazia George W. Bush, Obama usou a retórica para maquiar a realidade. Na última quinta, dia 6, o jornal britânico The Guardian obteve documentos que revelavam que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos criou um banco de dados com ligações telefônicas e mensagens de voz de milhões de cidadãos, coletados de pessoas que utilizam o serviço da operadora Verizon – a segunda maior do país. um tribunal sigiloso, a Corte de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa, na sigla em inglês), obrigou a companhia a fornecer ao FBI (a polícia federal dos EUA), informações "constantes e diárias" sobre ligações feitas dentro dos EUA e também para o exterior. A autorização concedida pela corte secreta ao FBI data de 25 de abril, uma semana depois do atentado na Maratona de Boston. A decisão é válida até 19 de julho e, de acordo com o Guardian, não há confirmação sobre ordens semelhantes referentes a outras operadoras de telefonia. Em nota oficial, o governo admitiu a medida e tentou justificá-la dizendo que se trata de “uma ferramenta muito importante para proteger o país de ameaças terroristas”...


De Rodrigo Turrer, revista ÉPOCA

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