RIO DE JANEIRO - A Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em
inglês) monitorou as atividades telefônicas e os emails de empresas
brasileiras e indivíduos na última década, como parte das atividades
norte-americanas de espionagem, informou o jornal O Globo neste domingo,
citando documentos fornecidos pelo fugitivo Edward Snowden,
ex-funcionário de inteligência da NSA.
O jornal não revelou o volume de informações monitorado pelos
computadores e pelos funcionários da inteligência da NSA. A reportagem
de O Globo, apontou que o Brasil foi o segundo país mais espionado das
Américas, atrás apenas dos Estados Unidos no número de transmissões
interceptadas.
O Brasil era um país prioritário para a vigilância de
comunicações da NSA ao lado de China, Rússia, Irã e Paquistão, disse o
jornal.
No período de 10 anos, a NSA interceptou 2,3 bilhões de
telefonemas e mensagens nos Estados Unidos, e em seguida usaram
computadores para analisar os dados a fim de detectar sinais de
atividade suspeita, disse O Globo. Nos Estados Unidos, a NSA usou
mandados legais, mas secretos, para obrigar empresas de comunicação a
entregar as informações sobre as ligações e os emails para análise.
Parte do acesso às comunicações brasileiras foi obtido por meio
de empresas norte-americanas parceiras de companhias brasileiras de
telecomunicações, relatou o jornal sem revelar os nomes das empresas.
A reportagem de O Globo foi escrito por Greenwald, Roberto Kaz e José Casado. Greenwald, que trabalha
para o jornal britânico The Guardian e mora no Rio de Janeiro, foi o
primeiro jornalista a revelar os documentos sigilosos fornecidos por
Snowden, salientando a extensão da atividade de monitoramento de
comunicações dos EUA no país e no exterior.
Após fornecer as informações para Greenwald, Snowden fugiu dos
Estados Unidos para Hong Kong e foi visto mais recentemente na área de
trânsito do aeroporto de Moscou.
O passaporte norte-americano de Snowden foi cancelado. O
ex-agente fez pedidos de asilo a vários países, incluindo Equador,
Venezuela e Bolívia. Três países Bolívia, Venezuela e Nicarágua se
ofereceram para dar asilo a Snowden.
De Jeb Blount, REUTERS BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário