segunda-feira, 15 de julho de 2013

ONU deve usar força letal contra rebeldes no Congo

Há algo diferente nos soldados de capacete azul nas trincheiras e blindados brancos posicionados nos limites da cidade de Goma, na província do Kivu Norte, no extremo leste da República Democrática do Congo - o principal foco do conflito no país.

A presença de tropas das Nações Unidas na região não é novidade para a população. O organismo é visto pelos moradores com uma boa dose de descrédito, principalmente depois que rebeldes do M23 conseguiram invadir a cidade, sem enfrentar resistência da ONU, no fim do ano passado (eles se retiraram logo depois).

Mas hoje também estão presentes atrás das trincheiras tropas diferentes daquelas que observaram passivas a tomada da cidade. Um novo mandato, endurecido, foi autorizado pelo Conselho de Segurança após a invasão.
Ele cria a chamada Brigada de Intervenção, uma unidade fortemente armada e treinada, e dá autorização para que os capacetes azuis usem "todos os meios necessários" para conter as ações dos rebeldes e até atacá-los em ações preventivas – em uma decisão sem precedentes na história das Nações Unidas.
Também mudou o perfil do homem responsável por comandar as tropas. O novo comandante da força é o brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz. Ele estimula seus subordinados a implementar as novas ordens de Nova York e retaliar, se necessário com força letal, uma eventual nova agressão em larga escala por parte dos rebeldes.
Mas não é só isso. Santos Cruz está tentando impor um novo ritmo à missão, mais ativo. Ele quer respostas rápidas de seus comandantes para qualquer agressão de grupos rebeldes contra a ONU ou a população. Também está tentando deslocar para as regiões mais críticas armamentos que estavam em bases mais remotas e não vinham sendo utilizados.
Mas a tarefa é complicada, especialmente devido a dimensão continental do país. Os rebeldes atacam áreas remotas e fogem em seguida para a selva. Mesmo com mais de 20 mil capacetes azuis não é possível estar em todos os lugares. Além disso, mover rapidamente a estrutura colossal e complexa da ONU não é tarefa fácil...


De Luis Kawaguti, BBC BRASIL

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