domingo, 11 de janeiro de 2015

Líderes mundiais reúnem-se em Paris para marcha em homenagem às vítimas de ataques



PARIS - Dezenas de líderes mundiais, inclusive estadistas muçulmanos, deram os braços liderando centenas de milhares de franceses neste domingo em uma marcha sem precedentes sob forte segurança para homenagear as vítimas de ataques de militantes islâmicos ocorridos há poucos dias.

O presidente François Hollande e líderes de Alemanha, Itália, Israel, Turquia, Grã-Bretanha e Palestina, entre outros, caminharam na Praça da República à frente de bandeiras francesas e de outros países.

Cartazes presos em uma estátua na praça dizia: "Pourquoi?" (Por quê?) e pequenos grupos cantavam "La Marseillaise".

Cerca de 2,2 mil policiais e soldados patrulhavam as ruas de Paris para proteger os manifestantes de eventuais ataques, com atiradores de elite da polícia sobre os telhados e detetives à paisana misturando-se à multidão. Esgotos da cidade foram revistados antes do evento e estações de trem em todo o percurso deverão ser fechadas.

A marcha silenciosa -- que poderá ser a maior vista na Paris moderna -- reflete o choque em relação ao pior ataque islâmico contra uma cidade europeia em nove anos. Para a França, levantou questões relacionadas à liberdade de expressão, de religião e sobre segurança, e para além das fronteiras francesas expôs a vulnerabilidade dos Estados a ataques urbanos.

Dois dos atiradores declararam ligação com a Al-Qaeda do Iêmen e um terceiro ao movimento Estado Islâmico.

"Paris é hoje a capital do mundo. O país inteiro irá se levantar e mostrar seu melhor lado", disse Hollande em comunicado.

Dezessete pessoas, incluindo jornalistas e policiais, perderam a vida em três dias de violência, que começaram com um ataque a tiros no jornal satírico Charlie Hebdo na quarta-feira e terminou com a tomada de reféns em um supermercado judaico na sexta-feira. Os três homens armados também foram mortos.

À noite, um cartaz iluminado no Arco do Triunfo dizia: "Paris est Charlie" (Paris é Charlie).
Diversas construções de Londres incluindo a Tower Bridge deverão ser iluminadas com as cores vermelha, branca e azul da bandeira francesa em demonstração de apoio ao evento em Paris.

Cinquenta e sete pessoas foram mortas em um ataque ao sistema de transporte de Londres em 2005.
Horas antes da marcha, um vídeo foi divulgado com um homem parecido com o atirador morto no supermercado judaico. Ele alegou ter ligação com o grupo insurgente Estado Islâmico e pediu que os muçulmanos franceses sigam seu exemplo...

De redação, REUTERS

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