terça-feira, 17 de novembro de 2015

Mariana: lembranças enterradas na lama


Com uma enxada na mão, Uliane Marcelino Tete, de 15 anos, revira a lama que cobriu sua casa no distrito de Paracatu, a 35 quilômetros do centro de Mariana. "Eu vim tentar recuperar alguma coisa que ficou, pra recordar os velhos tempos. Já achei algumas coisas, não é nada valioso, mas lembra o que a gente viveu."

A lama que devastou o vilarejo no último dia 5 de novembro ainda está instável, e quem caminha sozinho pela área corre o risco de ficar atolado. Na manhã deste domingo (15/10), alguns moradores retornaram ao cenário da tragédia em busca de objetos pessoais.

Arlinda Eunice, 39 anos, pisa sobre o que restou da casa onde morava com a mãe. "Nunca imaginava que nós seríamos expulsos daqui. Afinal, quem saiu daqui por vontade própria? Fomos expulsos pela lama. Está tudo destruído, não tem como recuperar nada."

Romeu Geraldo de Oliveira trabalhava na mina da Samarco quando ouviu pelo rádio que uma barragem havia rompido. Ele conseguiu chegar ao vilarejo antes da lama e ajudou a socorrer a família. "Eu não sabia a proporção que isso ia chegar aqui. A barragem estava a 60 km daqui, eu pensei que a água fosse 'esparramar' e não chegaria aqui."

O acesso a Paracatu ainda é restrito. Máquinas da mineradora que operava as barragens Fundão e Santarém, a Samarco – controlada em parceria pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton –, trabalham para recuperar pontes levadas pela enxurrada...

De notícias, DW

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