Ferreira deu detalhes do encontro que diz ter tido com o ministro do Esporte em março de 2008. “O acordo era para que eles tomassem providências internas, limpassem meu nome e eu não denunciaria ao Ministério Público”, afirmou. “O encontro foi na sala de reunião dele, no sétimo andar do ministério”, disse. Neste encontro, o policial disse que negociou com o ministro a produção de um documento falso para selar o acordo, já que o ministério cobrava cerca de R$ 3 milhões de suas entidades. “Nessa reunião com o Orlando, eles falaram em produzir um documento sem data. Ele foi pré produzido e consagrado. A reunião foi em março , mas eles colocaram um documento com data de dezembro de 2007 dizendo que eu encerrava o convênio. É um documento fraudado”, disse.
Duas semanas depois do encontro com Orlando, já em abril, uma nova reunião foi feita no ministério, desta vez sem a presença do ministro. Essa conversa, segundo o policial, ocorreu numa sexta à noite, e contou com dirigentes da pasta aliados do ministro. Ele diz ter gravado este encontro. O ministro afirmou no sábado ter encontrado o policial uma só vez entre 2004 e 2005, quando era secretário-executivo da pasta na gestão de Agnelo Queiroz à frente do ministério. “Foi a única vez que encontrei essa pessoa”, disse o ministro, em entrevista no México. Segundo o policial, esse encontro mencionado por Orlando jamais ocorreu. “Essa reunião que ele diz ter feito comigo nunca aconteceu. Não existe essa reunião. O ministro faltou com a verdade”, disse Ferreira. “O ministro esteve comigo uma vez, em março de 2008, para fazer um acordo com o pessoal dele para eu não denunciar o esquema”, disse.
De Reinaldo Azevedo/Veja
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