sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Os "mortos" serão os verdadeiros culpados pelo mensalão

Quando não pro­curam en­qua­drar os crimes de­nun­ci­ados no men­salão apenas como um de­lito elei­toral - o cha­mado caixa 2 - ou re­chaçam a tese de uso de re­cursos pú­blicos no es­quema, ad­vo­gados dos réus cos­tumam con­vergir em outro as­pecto du­rante suas sus­ten­ta­ções orais.

Desde o início do jul­ga­mento, di­ante da Corte Su­prema bra­si­leira, os de­fen­sores têm re­cor­rido ro­ti­nei­ra­mente a pes­soas mortas ao ques­ti­onar pontos da acu­sação formal da Pro­cu­ra­doria-Geral da Re­pú­blica e alegar ino­cência de seus cli­entes. Um ex-di­ri­gente de banco, um ex-pre­si­dente de par­tido e um ex-líder de ban­cada formam o grupo de ci­tados já fa­le­cidos.

Na quarta-feira, as de­fesas de três ex-di­ri­gentes do Banco Rural, réus no pro­cesso, sus­ten­taram em ple­nário que os em­prés­timos to­mados pelo em­pre­sário Marcos Va­lério na ins­ti­tuição foram obra ex­clu­siva do ex-vice-pre­si­dente José Au­gusto Du­mont. Ele morreu em um aci­dente em abril de 2004.

Ontem, o morto da vez foi José Ja­nene (PR), ex-te­sou­reiro e ex-líder do PP na Câ­mara dos De­pu­tados. As de­fesas do ex-de­pu­tado Pedro Corrêa e do de­pu­tado Pedro Henry (MT) sus­ten­taram que parte do di­nheiro do va­le­ri­o­duto serviu para cus­tear cam­pa­nhas do par­tido no norte do Pa­raná, base po­lí­tica de Ja­nene. E que os sa­ques feitos por um as­sessor do par­tido foram feitos por ordem do líder fa­le­cido. 'Henry nunca par­ti­cipou de ne­go­ci­a­ções fi­nan­ceiras com o PT', disse o ad­vo­gado José An­tonio Du­arte Al­vares.

Ja­nene foi de­nun­ciado e chegou a ser réu no pro­cesso por for­mação de qua­drilha, cor­rupção pas­siva e la­vagem de di­nheiro. Morreu em se­tembro de 2010 e a ação contra ele foi ex­tinta.

De O ESTADÃO

Nenhum comentário:

Postar um comentário