sábado, 16 de fevereiro de 2013

Racha no PDT ameaça apoio do partido ao governo Dilma


BRASÍLIA - As disputas internas no PDT, aprofundadas desde que Brizola Neto assumiu a pasta do Trabalho, já são vistas pelo Planalto como um racha que ameaça o apoio da sigla ao governo no Congresso e sua permanência na base aliada, segundo fontes políticas ouvidas pela Reuters.
Preocupada com a divisão, a presidente Dilma Rousseff chamou o presidente do partido, Carlos Lupi, na última semana para tentar uma reaproximação e falar das dificuldades que o partido vem impondo ao governo no Congresso, trancando votações no colégio de líderes e nem sempre votando com a base aliada.
O presidente do PDT reclamou que o partido tem sido pouco atendido pelo Planalto e da difícil relação com Brizola Neto, que assumiu o ministério depois de Lupi ter sido alvejado por denúncias de irregularidades em 2011, segundo disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força.
Além disso, Lupi reclamou da interferência de Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, fundador da sigla e ex-deputado pedetista.
"Ele tem dado opiniões hostis", disse Lupi à Reuters nesta sexta-feira, acrescentando que Araújo tem alimentado "animosidades" entre a atual direção pedetista e o grupo liderado por Brizola Neto.
Segundo ele, o ex-integrante do partido vem "há tempos" alimentando divisões, desde que começou a apadrinhar o atual ministro do Trabalho, com quem Lupi trava uma disputa.
O advogado gaúcho, quatro vezes deputado estadual pelo PDT, foi, ao lado de Dilma, com quem se casou na década de 70 e teve uma filha, um dos fundadores da sigla e muito próximo de Leonel Brizola. Dilma deixou o PDT em 2000 para depois se filiar ao PT.
Lupi indicou à presidente que seu ex-marido tem alimentado tensões "desnecessárias" e prejudiciais à relação do PDT com o governo, relatou uma fonte do governo à Reuters.


De Ana Flor, Agência REUTERS BRASIL

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