quinta-feira, 14 de março de 2013

Análise: Deputado Feliciano é apenas o sintoma, não a causa, da crise


Marco Feliciano é apenas o sintoma, não a causa, do sistema de governança legislativa que permitiu sua eleição à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara.

Ainda que Feliciano venha a renunciar ou ser destituído, só o sintoma estará sendo tratado: as deformações do modelo continuarão intactas.

Um eventual sucessor de Feliciano, mesmo que seja um liberal, também terá pouca ou nenhuma margem de manobra para avançar com propostas de leis mais flexíveis sobre aborto ou casamento gay. Essa conjuntura se forma por duas razões, uma estrutural e outra política.

No campo da política, a presidente Dilma Rousseff está em fase de recompor sua aliança eleitoral. O Planalto não deseja se indispor com os partidos que deram apoio ao PT em 2010 --como o PSC.

O governo jamais estimulará a destituição de Marco Feliciano, pois a reeleição de Dilma é considerada mais relevante. E mesmo que o deputado e pastor caia sozinho, seu sucessor não terá o apoio do Planalto para propor leis mais liberais sobre costumes.
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De Fernando Rodrigues, jornal FOLHA DE SÃO PAULO

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