segunda-feira, 11 de março de 2013

Vale suspende projeto de potássio na Argentina de US$6 bi

RIO DE JANEIRO - A Vale anunciou nesta segunda-feira a suspensão do projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, onde chegou a investir pelo menos 2,2 bilhões de dólares como parte da meta de se tornar uma das maiores fornecedoras de fertilizantes do mundo.
As obras de Rio Colorado serão interrompidas e todos os cerca de seis mil empregados que trabalham no projeto, entre terceirizados e funcionários próprios da Vale, serão demitidos, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.
A empresa colocou o projeto em revisão em abril de 2012 devido a preocupações com inflação, impostos, infraestrutura e política cambial do país vizinho, segundo disse na ocasião o presidente da companhia, Murilo Ferreira.
A segunda maior mineradora global decidiu suspender o projeto após meses de negociações fracassadas com o governo argentino. A empresa procurava obter um benefício tributário previsto em lei --o que lhe foi negado, disse a fonte à Reuters, na condição de anonimato.
"A Vale informa que comunicou... ao Governo da República Argentina que está suspendendo a implantação do projeto Rio Colorado tendo em vista que no contexto macroeconômico atual os fundamentos econômicos do projeto não estão alinhados com o compromisso da Vale com a disciplina na alocação do capital e a criação de valor", disse a empresa nesta segunda-feira em comunicado ao mercado.
Nenhum representante do governo da Argentina estava imediatamente disponível para comentar o assunto.
A decisão segue a estratégia da Vale de reduzir investimentos, sair de projetos que não lhe dão retorno e cortar custos diante do cenário menos favorável que tem reduzido ganhos das mineradoras .
"A economia mundial não vai bem, o governo argentino apresenta risco de intervenção, de modo que a Vale deixou o projeto... os acionistas querem rentabilidade. A Vale está se livrando de projetos como este porque a situação mudou", afirmou o analista Carlos Manuel de Sousa, da corretora Lopes Filho Associados.
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De Sabrina Lorenzi, agência REUTERS BRASIL

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