terça-feira, 21 de maio de 2013

Indústria brasileira gasta com gás US$ 5 bilhões a mais que os EUA


RIO – O shale gas (ou gás de folhelho, tipo de gás encontrado em rochas no subsolo) jogou os preços do gás nos Estados Unidos para baixo, ampliando a competitividade industrial naquele país. Estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que o preço médio do gás nos EUA é de US$ 4,45 por milhão de BTUs (medida usada para gás natural), enquanto no Brasil é de US$ 17,14 por milhão de BTUs. A diferença faz com que a indústria nacional tenha um gasto adicional de US$ 4,9 bilhões por ano. Para reduzir esse custo, a Firjan diz que é necessário não apenas baixar o preço do produto, como os impostos e a margem das distribuidoras.

No estudo “O preço do gás natural para a indústria no Brasil e nos Estados Unidos — comparativo de competitividade”, foi considerado o consumo pela indústria brasileira de 10,4 bilhões de metros cúbicos por ano de gás natural, o que equivale a um custo de US$ 6,6 bilhões anuais. Se o preço final do gás no Brasil fosse equivalente ao do americano, o gasto da indústria seria de US$ 1,7 bilhão. O gás natural tem participação relevante no custo de produção de setores industriais de peso na economia, como indústria química (30%) e cerâmica (25%), por exemplo.

A Firjan fez simulações para empresas de diferentes portes. No caso de uma microempresa, uma padaria de bairro, por exemplo, que tem de cinco a sete empregados e consumo de gás natural de aproximadamente 1,5 mil metros cúbicos por mês, a perda de competitividade é de R$ 29,7 mil por ano na comparação com uma padaria americana. Para uma empresa química de grande porte, com 600 empregados e consumo de gás natural de 2,7 milhões de metros cúbicos por mês, o gasto adicional em comparação com sua concorrente americana é de R$ 29,8 milhões...



De Danielle Nogueira, portal O GLOBO

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