sábado, 14 de novembro de 2015

Um atentado anunciado


Desde os atentados de janeiro deste ano, a França vive em alerta máximo. "Desbaratamos atentados diariamente", dizia em meados do ano o ministro do Interior Bernard Cazaneuve. O último deles data de 29 de outubro. As autoridades prenderam um jovem de Toulon de 25 anos que preparava um atentado terrorista. Os atentados desta sexta-feira não puderam ser evitados e ocorrem justamente no primeiro dia em que a França restaurava as fronteiras internas da União Europeia para reforçar a segurança da Cúpula do Clima a ser realizada em Paris de 30 de novembro a 11 de dezembro.

A França é o país ocidental mais ameaçado pelos jihadistas. Em guerra contra os radicais em várias frentes, os atentados contra o Charlie Hebdo e o supermercado Hiper Cacher, que custaram a vida de 17 pessoas, foram um dramático chamado de alerta. Desde então, o país livrou-se por pouco de oito atentados, pelo menos dois deles programados para causar verdadeiras matanças. Quase 2.000 cidadãos franceses viajaram para a Síria ou o Iraque – muitos via Barcelona ou Madri – e 500 já empunham as armas.

Os aspirantes ao combate aumentaram 212% só este ano. E o dado mais preocupante: entre 200 e 300 retornaram da Síria e do Iraque. O medo de um novo grande atentado estava no ar. O procurador da República François Molins chegou a falar da iminência de um 11 de setembro à francesa...

De internacional, Gabriela Cañas, EL PAÍS

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