O que une o PSB ao PT no Ceará? Resposta: o mais puro pragmatismo. É casamento por interesse. Conveniência. Nada que seja estranho à política. Pelo contrário. O que os fará romper é exatamente o que os levou à aliança. A saber: pragmatismo, conveniência, interesse.
Portanto, se for do interesse dos projetos de poder vigentes, a aliança será mantida. É evidente que as variáveis atuam e influenciam na tomada de decisão. Antipatias e simpatias pessoais, por exemplo.
Mas, o que pesa são os projetos de poder. Por ele - a história demonstra - aceitam-se sapos gigantes goelas abaixo. É por isso que a política não é coisa para amadores. Quem não se diploma na arte de engolir sapos rechonchudos não se cria no mundo da política.
No recente conflito entre os partidos, as reações são cuidadosamente pensadas. O governador Cid Gomes afirmou que a fala do senador José Pimentel soaria como uma “declaração de guerra”. Na sua reação, o governador imediatamente fez a interseção com a aliança que mantém com o PT. É sinal de que buscou ver a fala do senador como uma ação organizada do PT do Ceará. Inclua-se aí a prefeita Luizianne Lins.
O governador já conhece o petismo o suficiente para saber que o senador não fala pela boca da prefeita. Se imaginar o contrário, não conhece o mundo das constelações petistas.
A reação do petismo se deu da seguinte forma: por seu lado, o senador Pimentel concedeu, digamos, ares técnicos ao seu comentário e reafirmou a importância da aliança PT-PSB. Por outro, os petistas em geral colocaram panos mornos sobre o conflito. Assim, a aliança saiu da fritura para o banho-maria.
Em 2012, o que entrará em jogo é o feudo do PT. Isso explica a atitude bombeiro dos membros do partido. Na batalha que se aproxima, o cidismo não tem território a perder. Daí a atitude menos cuidadosa de alguns aliados do governador. Tanto que Cid Gomes falou de seu isolamento familiar em relação à disputa de Fortaleza.
O fato é que a pequena crise parece ter mobilizado os interlocutores de lado a lado. Há sinais de conversas em curso. Firme ou frágil, há uma aliança em vigor. Uma união que assegura traquilidade política para os dois polos de poder.
De Fábio Campos / O Povo
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