Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, estima uma grande mobilização até quinta-feira para fazer cumpri a lei. "Precisamos fazer uma grande mobilização para que a lei seja cumprida, temos que brigar, ir para a rua, para cobrar por algo que foi aprovada por unanimidade no Congresso há cinco anos. Isso é uma vergonha, precisamos começar a valorizar os profissionais da educação", disse aoTerra.
Em São Paulo, um professor das séries finais do ensino fundamental ganha R$ 2.088 como vencimento básico, valor acima do piso, mas que segundo os professores ainda é muito baixo. Para o presidente da CNTE, com salários muito mais atrativos na iniciativa privada, os jovens não se interessam mais pela carreira. Ele estima que faltam hoje no Brasil cerca de 300 mil docentes na educação básica pública. "Isso é resultado da política de desvalorização da profissão. Sem perspectiva de carreira promissora, o jovem se afastou do magistério."
Além do piso, a mobilização vai cobrar a aprovação da emenda que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação, a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE), que tramita no Congresso Nacional, a valorização dos funcionários das escolas e mudanças na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A paralisação de três dias tem início com uma série de atividades promovidas pelos sindicatos estaduais e municipais. No Rio Grande do Sul, por exemplo, os professores agendaram uma passeada da sede do sindicato, na avenida Alberto Bins, até o palácio do governo estadual no começo da tarde para pressionar o governador Tarso Genro (PT) a cumprir com a Lei do Piso. Na quarta-feira haverá uma grande mobilização em Brasília, com a presença de professores de todo o Brasil em uma marcha pela educação e reuniões com parlamentares e governantes. Na quinta-feira ainda estão previstas assembleias dos sindicatos.
De jornal DO BRASIL
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