quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Eliane Cantanhêde: A verdade (de Marta) dói



A revelação mais importante da senadora Marta Suplicy, em sua entrevista ao Estado, é que o ex­presidente Lula queria, sim, e autorizou, sim, o movimento "Volta, Lula" para disputar a Presidência da República no lugar da pupila Dilma Rousseff.

Até por isso, Marta se reuniu com ele "uma, duas, três, quatro vezes". Não foi para falar de flores. Nem foi para falar bem de Dilma.

Muito menos para avalizar o "fracasso" (nas palavras da senadora) da política econômica.

Por delicadeza, ou lealdade, Marta insistiu várias vezes que Lula nunca disse, cabalmente, que seria, ou ao menos que queria, puxar o tapete de Dilma e virar candidato. Mas, para bom entendedor, meia palavra basta. Cá para nós, a fala de Marta foi muito mais do que apenas meia palavra.

O Planalto e Dilma calam. O PT e Lula calam. Mas não há viv'alma afirmando que Marta mentiu e/ou que Lula jamais, em nenhum momento, ficou assanhado com a possibilidade de subir a rampa de novo, nos braços do povo...

Há muitas verdades na fala de Marta Suplicy. E nenhuma mentira.

De Eliane Cantanhêde, O ESTADO DE S. PAULO

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